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Artigo: Consumo e hábitos na pandemia
29 de Abril de 2020
Há algumas semanas atrás participando de um grupo de empresários e executivos que discutem o que fazer para manter os negócios com o isolamento/distanciamento social, perguntei aos participantes se eles pudessem, o que perguntariam aos seus clientes e prospects. Com as questões deles e mais algumas, convidei uma colega e nossas turmas de estudantes para uma pesquisa de comportamento de consumidor durante a pandemia.
A intenção era saber o que as empresas locais e micro regionais poderiam fazer para se manter, continuar vendendo bens e serviços para as pessoas que moram nos seus municípios e estão bem mais tempo em casa. Trago aqui alguns resultados gerais e algumas análises, que se julgarem pertinente, na próxima semana, complementamos. Responderam a pesquisa nas duas primeiras semanas de abril, 678 consumidores de diferentes faixas etárias, diferentes faixas de renda, ocupações e municípios.

Um dos resultados que chama a atenção é a disposição das pessoas para contribuir com as empresas locais. 32,1% dos respondentes afirmam que estão dispostos a deixar de comprar de empresas de outros municípios, para prestigiar as empresas locais. 30,8% está disposto a indicar os produtos e serviços das empresas locais para amigos e familiares. 28% quer comprar agora por telefone e internet, para entregarem nas suas casas. 6,6% se dispõe a comprar agora “vouchers” de serviços diversos para usar posteriormente.

Quanto aos produtos que as pessoas têm interesse em comprar, mas atualmente não conseguem fazer isso sem sair de suas casas 11,14% dizem que gostaria de comprar comida e mantimentos sem sair de casa e não consegue fazer isso na sua cidade. 8,96% citam vestimentas, cama, mesa e banho e 8,44 citam calçados e acessórios como itens que não conseguem comprar sem sair de casa. Medicamentos, com 6,7%, móveis, artigos para o lar, e decoração, com 6,09%, eletrônicos e eletrodomésticos, com 4,96%, bebidas com 4,53%, materiais de construção, incluindo tintas, com 3,83% e cosméticos e perfumaria, com 3,48% são outros grupos de itens dos mais citados entre aqueles que seriam adquiridos de empresas de suas cidades, se houvesse como adquirir sem sair de casa.

No que tange a serviços, a dificuldade de acesso durante o distanciamento social a serviços médicos, hospitalares, laboratórios, consultas e terapias aparece com 21% e os serviços de odontologia, com 15,93%. Os serviços de beleza/estética, com 12,69, os serviços de fisioterapia, fitness e bem estar com 12, 51% e entretenimento, cultura e lazer com 11,61% também são apontados como de difícil acesso na pandemia. Serviços de manutenção como encanador, eletricista, pintor, instalador, manutenção de equipamentos eletrônicos, aparecem com 3 e 2% de citações com dificuldades de acesso neste período.

Tanto na reinvenção do varejo quanto na prestação de serviços, os resultados mostram excelentes e variadas oportunidades para negócios micro regionais apresentarem-se mais e melhor com vendas por telefone, on line e entregas domiciliares as pessoas que residem no município.

33,83% respondeu que pelo menos 1 vez por mês faz alguma compra pela internet, sendo que destes, 7,69% tem frequência semanal. 28,25% diz que a cada 3 meses faz alguma compra pela internet, sendo que apenas 10,80% afirma que nunca compra pela internet. Isto também quer dizer que o morador destes municípios já está habituado em boa parte a comprar pela internet, basta que os negócios locais, que ele conhece, confia, estejam lá também, em condições de entregar na casa dele. E certamente, com maior rapidez e confiabilidade.

Na próxima semana podemos refletir mais sobre os hábitos de consumo neste período de exceção, mas o resultado mais importante talvez você já saiba, que é a necessidade de rever vários pontos, acelerar a inovação, para continuar vendendo, atendendo, atraindo a atenção, mesmo que o cliente e o prospect não puder sair de casa.

Verifique se a organização em que você trabalha, é gestor, ou sócio, tem oportunidade para ser mais conveniente, inovar em serviços agregados e entregas, como se aproximar mais e facilitar a vida de outras pessoas.

Um abraço, desejando dias melhores!


Marcelo Blume é Administrador, Especialista em Marketing e Mestre em Engenharia de Produção. Dirigente na FAHOR e professor convidado em diversas Instituições, também é sócio e consultor da Referenda Consultoria, palestrante, pesquisador e escritor, com artigos e 4 livros publicados na área de gestão.
FONTE: Jornal O Alto Uruguai
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