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Três vezes mais empresas de construção em 10 anos
26 de Outubro de 2017
Atividade saltou de 29 empreendimentos em Frederico Westphalen, no ano de 2006, para 88 em 2015, impulsionando também o setor imobiliária
O crescimento de uma cidade, seja ele vertical, com a construção de prédios, ou horizontal, na ampliação na área urbana, precisa de empresas e, consequentemente, mão de obra. Se quem chega a Frederico Westphalen em 2017 vê um cenário diferente do que via há cerca de uma década, esse é o resultado de um crescimento exponencial de um setor em específico, a construção.

Impulsionada por diversos outros setores da economia, tendo também como mola propulsora a referência regional em educação que se tornou Frederico Westphalen, o número de empresas ativas na área da construção no município triplicou de 2006 a 2015, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Cadastro Central de Empresas (Cempre). Em 10 anos, o número de empreendimentos saltou de 29 para 88, impulsionando também as empresas do setor imobiliário, que eram quatro em 2006 e passaram para 18, em 2015, um crescimento de 450%.

A atualização desses dados ocorre anualmente e referem-se às empresas e às unidades locais que no ano de referência estavam ativas no Cadastro, segundo os critérios adotados pelo IBGE. “Os dados têm como base algumas pesquisas feitas pelo IBGE, mas principalmente os registros administrativos de quem declarou atividade do Cnae, como construção na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)”, explica o técnico do IBGE de Frederico Westphalen, Cleovane Selbach.

Esse crescimento registrado no setor, foi impulsionado por um momento econômico positivo do país, afirma o engenheiro civil e inspetor-secretário do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) de Frederico Westphalen, Juliano Schneider. “Devido à estabilidade econômica do país, a maior liberação de crédito e aos programas habitacionais, como o ‘Minha Casa, Minha Vida’, os investidores e também o cidadão que buscava a aquisição da casa própria partiram para o investimento na construção civil. O aumento do número de empresas ativas em Frederico Westphalen neste período é um reflexo dessa situação, a procura por mão de obra para a execução dessas construções fez com que essas empresas se organizassem para oferecer os serviços que a demanda exigia”, explica.

O inspetor do Crea ainda considera a construção civil como área que tem maior capacidade de elevar a taxa de emprego, seja a curto ou médio prazo. “Mas para isto acontecer, deve haver incentivos governamentais que elevem a demanda por produção e, em consequência disto, os produtos e serviços que estão ligados à construção civil também acabam se beneficiando”, destaca Schneider. Segundo dados do cadastro da prefeitura de Frederico Westphalen, atualizados em 20 de outubro deste ano, são 587 empreendimentos registrados, incluindo microempreendedores individuais sem empregados, regulares ou não, em alguma das 39 subcategorias da Canae na área da construção.

A crise não parou Frederico Westphalen

A estabilidade e facilidades na liberação de crédito que impulsionaram esse crescimento, deram lugar a um clima de instabilidade, tanto política quanto econômica no país. Isso acabou ocasionando crise na maiorias dos setores. Juliano Schneider comenta que o mercado da construção civil é feito de ciclos definidos sempre pelo momento econômico que se está vivendo. No entanto, em Frederico Westphalen, o desenvolvimento de novos loteamentos tem segurado “as pontas” nesta última década. “Apesar das dificuldades, FW continua com um ritmo forte na construção. Nos últimos anos surgiram diversos novos loteamentos e muitos ainda estão por sair do papel. O número de construções também é muito grande, basta andarmos pela rua que nos deparamos com diversas obras, em diferentes estágios, e muitas ainda por começar. Particularmente, acredito que Frederico Westphalen terá sempre a área da construção civil muito forte, pois é uma cidade-polo, seja pela educação, com as cinco universidades que temos aqui, seja pelo comércio e indústrias, ou, principalmente, pelo seu povo, que sempre está procurando evoluir e empreender. Em momentos de crise temos que fazer mais, buscar mais e nunca esmorecer”, conclui o engenheiro civil.

Diretamente relacionado à construção, o setor imobiliário também viveu um forte momento de recessão, apesar do número de empresas seguir crescendo em FW. “O setor era a mola propulsora, mas reduziu bastante as vendas. Enfrentamos uma forte recessão. Nos últimos meses que começou a reagir, mas ainda está distante do que era”, esclarece o diretor da 3ª região do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci-RS), Gildo Brito.

Apesar do momento de baixa nos negócios, Gildo cita algumas características que fizeram as obras continuarem em Frederico Westphalen. “Temos um perfil claro de empreendedores e investidores, e eles investem no mercado imobiliário. Então, ainda continuamos vendo o andamento das obras, em uma velocidade menor, mas elas não pararam, como nos grandes centros. Frederico Westphalen é diferenciada por ter muita economia guardada”, comenta o diretor do Creci-RS.

Mas não é apenas Frederico Westphalen que comemora esse desenvolvimento na área da construção. Em outros 15 municípios da região que têm empresas nesta área de atuação houve crescimento na comparação de 2006 a 2015. Junto com FW – que lidera a região em número de empresas na área da construção – outro destaque regional é Palmitinho. Em 2006, o município tinha seis empresas na área, sendo que esse número saltou para 31 em 2015, um crescimento superior a 500%. Palmeira das Missões também viu o número de negócios no setor mais do que dobrar no período, passando de 19 para 42.
FONTE: Fábio Pelinson | Jornal O Alto Uruguai
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