Mais do que um espaço físico onde pessoas produzem juntas, o local de trabalho também tem o papel de motivar e deixar confortáveis os seus ocupantes. Assim, os ambientes corporativos devem humanizar a experiência do colaborador dentro do escritório, com a necessidade de um olhar do gestor voltado para além da produção, incluindo a saúde física e mental dos funcionários. Afinal, não é segredo para ninguém que os colaboradores obtêm melhores resultados se estão satisfeitos e felizes.

1. A ARQUITETURA COMO ALIADA
Segundo a arquiteta Sonia Acciaris, do escritório de arquitetura casa3, muitas empresas têm investido em arquitetura corporativa para impulsionar o crescimento, uma vez que o ambiente interno da organização é um ponto-chave para melhorar o rendimento dos colaboradores. “Em geral, o objetivo é melhorar o desempenho do negócio. Por isso, é essencial a preocupação com espaços adequados, áreas de descanso e descompressão.” Medidas necessárias para melhorar a produtividade de uma empresa devem ser aplicadas de acordo com cada caso.

2. FAÇA-SE A LUZ
A luminosidade afeta o bem-estar das pessoas. Portanto, atende para que seus funcionários estejam em um lugar que aproveite a melhor quantidade de luz solar possível. Além disso, a estrutura deve contar também com uma quantidade adequada de lâmpadas, em um sistema que privilegie a luz natural. As luminárias devem ser posicionadas em locais estratégicos, de forma que facilitem o trabalho e não causem reflexo nas telas dos computadores. Também são indicadas lâmpadas que não esquentam, como as LED, pois, além de econômicas, elas ajudam a manter constante a temperatura do ambiente.

3. RELAÇÃO HOMEM/MÁQUINA
Mais do que segurança, ergonomia inspira eficiência, aponta Sonia. Por isso, contar com móveis e equipamentos ergonômicos no escritório é fundamental. A mobília, por exemplo, deve ser escolhida para proporcionar estações de trabalho mais adaptáveis a quem trabalha no local. “Uma cadeira para escritório deve ter apoio para os braços e para a coluna, além de pés com rodízio para facilitar a locomoção. A mesa deve seguir o mesmo padrão e ser proporcional à cadeira”, completa. Desta forma, a estação de trabalho ficará muito mais funcional.

4. ITENS ESCOLHIDOS A DEDO
A funcionalidade dos objetos presentes no ambiente de trabalho também é importante, segundo a arquiteta. “Saber escolher objetos práticos para o escritório pode fazer toda a diferença. Quando bem selecionados, eles ajudam a compor o projeto arquitetônico, impactando positivamente quem circula pelo espaço”, revela. A praticidade proporcionada por uma disposição inteligente de objetos úteis resulta em maior rendimento. “Itens funcionais ajudam no dia a dia de um escritório e fazem com que as pessoas trabalhem melhor, com mais qualidade, concentração e rapidez”, destaca Sônia.

5. TUDO EM SEU LUGAR
Produtividade só é construída em um ambiente organizado. “Além da preocupação com os colaboradores, a decoração do local influencia na imagem institucional que se quer passar a clientes e parceiros”, comenta a arquiteta. Ela indica que sejam incluídas na decoração objetos para guardar tudo em seu devido lugar, mas que estejam sempre à mão. “Pequenos armários são úteis para organizar documentos, e estantes e prateleiras ajudam a ordenar arquivos. Organizadores para mesa também são bem-vindas”, recomenda.

6. SEPARAR PARA CONQUISTAR
Mais aplicadas em escritórios, divisórias ou boias podem ser uma opção para a empresa. A escolha deve se dar pela avaliação de cada função exercida e pelo nível de concentração e comunicação exigidas. Não adianta separar quem precisa trocar ideias com a equipe ou deixar em um espaço aberto quem precisa de silêncio para trabalhar. Sonia conta que baias podem ser utilizadas para separar uma estação de trabalho da outra, facilitando a comunicação e permitindo que a pessoa tenha privacidade quando necessário. Já as divisórias separam completamente o espaço, impedindo a comunicação e aumentando a privacidade.

7. CUIDADO COM O BARULHO
A quantidade de barulho aceitável em um ambiente de trabalho depende da atividade exercida ali. É preciso avaliar se é necessária mais concentração, se a comunicação é o principal ou, ainda, se a criatividade é exercida através de sons. Ao realizar um projeto, vale lembrar do cuidado com a acústica. Se a empresa está localizada em um lugar com muito barulho externo, uma opção possível é utilizar janelas que atenuam ruídos.

8. PENSAR AS TONALIDADES
As cores de uma sala de trabalho também influenciam no ritmo e no ânimo dos colaboradores. Para escolher as tonalidades que dominarão no espaço, é possível recorrer as significados e às reações psicológicas de cada uma delas, que resultarão em uma boa ergonomia para os trabalhadores. Se o escritório é um ambiente mais ativo, cores estimulantes como o laranja e o vermelho são uma boa pedida. Se a sala exige mais concentração e introspecção, o cinza é uma boa alternativa.

9. TIME OFF PRODUTIVO
Uma saída para ajudar os colaboradores a descontraírem nos intervalos é construir o que a Sonia chama de salas de descompressão: “Elas estão cada vez mais populares, pelo reconhecimento de que a produtividade do trabalhador também depende de seu bem-estar”. São, em geral, ambientes criados para que a equipe tenha momentos de lazer mesmo dentro da empresa, e segundo a arquiteta, ainda tem um bônus: a integração entre setores. “Investir em áreas de descanso também é importante para que os funcionários encontrem condições de relaxar para, em seguida, retomar suas atividades”, comenta.

10. PARA UNIR O GRUPO
As empresas, em geral, necessitam de um espaço para receber clientes e fornecedores, além de reunir a equipe para conversas e debates sobre a gestão do negócio – a sala de reuniões. Por isso, de acordo com o arquiteto Ricardo Nunes, também da Casa3, é importante que, além de bem decoradas, elas também sejam confortáveis e funcionais. “Por ser um espaço com uma grande ambivalência de uso, o ideal é sempre aproveitar o melhor possível dela”, conta Nunes. O projeto arquitetônico desses ambientes deve contemplar as prioridades do negócio, para decidir os móveis, a iluminação, como distribuir os pontos de elétrica, rede e multimídia, entre outros.