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Juros estáveis?
16 de Junho de 2016
A medida contribui para solidez de longo prazo do sistema financeiro, e assegura a estabilidade do poder de compra da moeda dos cidadão
Por Yan Cattani

Ontem, na última reunião do COPOM liderada pelo presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, foi decidido por unanimidade a manutenção do atual nível de juros da taxa básica da economia, a Selic. Está é a sétima decisão consecutiva de estabilidade da taxa, cravada em 14,25%.

Em termos de política monetária, a decisão é coerente: com uma inflação anual perto de 10%, a medida contribui para solidez de longo prazo do sistema financeiro, e assegura a estabilidade do poder de compra da moeda dos cidadãos. Além disso, a Selic também é responsável pela elevação dos juros cobrado ao consumidor em seu endividamento. Só que, se notarmos, há uma grande divergência: tais taxas de financiamento atingem praticamente 70% ao ano nos empréstimos de recursos destinados ao consumo. E o pior, continuam subindo. Afinal, por que isso acontece?

A resposta depende da análise da composição dos juros. Os juros cobrados ao consumidor dependem basicamente de dois componentes, a taxa de captação e o spread. Enquanto o primeiro nada mais é que o custo da entidade financeira entre aplicar o dinheiro em títulos públicos (remunerados direta e indiretamente pela Selic) ou emprestar aos consumidores, os spreads embutem todo tipo de custo, como os custos operacionais dos empréstimos cedidos – desde a parte administrativa e legal, assim como a margem de lucro e, principalmente, riscos.

Com isso, se observarmos a evolução dos spreads, verificamos uma aceleração de seu crescimento nos últimos tempos, refletindo não só as turbulências ocorridas na economia, mas o ambiente político, empresarial etc. Assim, basicamente o que temos é uma manutenção da captação, movimento coerente com a Selic, e uma elevação dos spreads, que consequentemente elevam os juros finais cobrados ao consumidor.

Com a melhoria dos indicadores de confiança na economia apresentada nos últimos 2 meses, possivelmente veremos nas próximas divulgações do BC uma desaceleração do crescimento dos spreads e até mesmo retração dos juros finais destinados ao consumo. Talvez seja, enfim, um alívio à vista.
FONTE: Boa Vista SCPC
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