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Pesquisa revela movimentação econômica das cooperativas
06 de Julho de 2017

Assim como o setor cooperativo é importante para o Estado, a região não destoa dessa realidade. Conforme os dados de uma pesquisa inédita, realizada pelo Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, com 25 cooperativas dos 42 municípios que compõem os Coredes do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea em 2016 as cooperativas regionais registraram um faturamento superior a R$ 3bilhões. Aumento de 11,1% em relação a 2015.

Os números apresentados pela coordenadora da Unidade de Cooperativismo da Emater Regional, Marcia Faccin, ainda apontam outro destaque das 25 cooperativas que responderam á pesquisa. Em 2016, elas recolheram mais de R$ 200,6 milhões em impostos federais, estaduais e municipais, comprovando a hipótese que as cooperativas não sonegam impostos e recolhem um grande volume, mesmo tendo direito a algumas isenções. Outro dado importante foi que, assim como no Estado, as cooperativas da região também registraram aumento nos empregos no ano passado em relação a 2015. Ao todo as 25 cooperativas participantes da pesquisa possuem 4.082 colaboradores, 6,5% a mais do que em 2015.

Outra informação que chama muito a atenção e desmistifica alguns discursos de que não há sucessão nas cooperativas, é o tempo na função dos dirigentes. 82% deles estão de um ano até 10 anos na atividade. Então, isso mostra que existe sucessão nas cooperativas, porque ao se coparar esse dado com a idade dos presidentes (a maioria dos dirigentes têm entre 30 anos e 60 anos de idade), se comprova que estão sendo abertas as oportunidades de renovação nas presidências destas instituições- avalia Marcia Faccin.

Um dos grandes diferenciais das cooperativas é o investimento que elas fazem em ações sociais. Como já abordado pelo AU na edição de sábado, 1º, as cooperativas são responsáveis por auxiliar muitas comunidades, famílias e até municípios. Conforme a pesquisa da Emater/RS-Ascar, em 2016, 12 das 25 cooperativas participantes (já que 13 delas não investem em ações sociais por ainda serem de pequeno porte e não possuírem condições financeiras para tanto) aplicaram quase R$ 40 milhões em diversas ações sociais nos 42 municípios dos Coredes Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea.

Em contrapartida a todo esse investimento nas comunidades, apenas quatro cooperativas relataram na pesquisa receberam auxílios públicos. “Isso mostra que mesmo sem muito apoio do poder público, as cooperativas geram emprego, renda e desenvolvimento, contribuindo de forma significativa no crescimento da nossa região”, conclui Marcia.

Por fim, o presidente da Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Eugenio Poltronieri se pronunciou representando os presidentes das cooperativas da região. “Aqui estamos dando um exemplo do verdadeiro cooperativismo, com esta atitude de nos unirmos e trazermos as lideranças para refletir sobre os números apresentados, os quais são fruto do nosso trabalho organizado diante dessa estrutura cooperativa que funciona e que dá certo. E dá certo porque é feito de pessoas que acreditam, que se apaixonam, que têm atitude, que têm exemplo e que acima de tudo não medem esforços para fazer a construção de uma sociedade justa. Mas, não basta nós virmos para um evento para aprender, ouvir muitas coisas boas, se não tivermos atitude de voltarmos para nossas casas e comunidades e disseminar as informações. Precisamos agir, colocar em prática nossos aprendizados”, declara Poltronieri.

“Vivemos em outra realidade quando falamos de cooperativismo”

A frase acima descreve o sistema cooperativo no Estado do Rio Grande do Sul. Os primeiros números apresentados ao público forma da pesquisa realizada pelo sistema Ocergs – Sescoop – RS. Conforme Ubiracy Barbosa Ávila, as cooperativas no Estado em 2016 faturaram R$ 41,2 bilhões, o que representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul. O montante também representa um crescimento de 14,2% em relação a 2015.

O setor é um dos que vai na contramão da realidade econômica do Estado e do país, inclusive com aumento de empregos em 2016. Além da manutenção e crescimento das vagas de emprego, conforme Ubiracy, o salário médio dos trabalhadores em cooperativas é 20% superior aos demais trabalhadores. “Enquanto o valor médio recebido por funcionários de cooperativas está em R$ 2,1 mil, o do trabalhador de uma empresa não cooperativa recebe, em média, R$ 1,7 mil”, informou a representante do sistema Ocergs – Sescoop – RS.

Outro dado estadual que chama a atenção é a ligação direta entre a presença de cooperativas e o desenvolvimento das cidades. “Os municípios que possuem cooperativas apresentam melhor educação e melhor renda, porque as cooperativas são facilitadoras, elas trabalham sempre para o coletivo e, com isso, conseguimos ter melhores resultados. Um dos grandes fatores que contribui é a arrecadação dos tributos, pois as cooperativas têm o caráter de não sonegar impostos, criar e manter empregos e trabalhar coletivamente”, afirmou Ubiracy.

FONTE: Jornal O Alto Uruguai
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