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Carta da assessoria econimica da Federasul
29 de Dezembro de 2016
Nessa época do ano, é inevitável fazer uma retrospectiva do ano que passou e vislumbrar o que está por vir no ano que se aproxima.
Há um ano, o impeachment da então presidente era apenas uma possibilidade remota, a incerteza sobre a inflação era altíssima, e mal sabíamos que enfrentaríamos outro tombo de quase 4% no PIB. Os juros estavam em 14,25% e não se tinha perspectiva de um ciclo de cortes na taxa básica. A única luz no fim do túnel não era uma esperança, mas um trem que possivelmente nos atropelaria. Ao longo deste difícil 2016, muita coisa mudou. Em muitas dimensões. Mas a principal foi o olhar para o futuro, ao menos com uma expectativa de que coisas positivas podem acontecer na economia brasileira.
Mas, o ano de 2017 ainda será de ajustes. O otimismo será tão maior quanto maior o sucesso da aprovação das reformas. Depois de aprovada a PEC dos gastos neste final de ano, a que está na agulha é a da previdência. Tomará todo o primeiro semestre. Os sinais no final do ano foram positivos. O governo enviou a proposta, foi aprovada na CCJ e agora segue para a comissão especial já em fevereiro, logo depois do recesso parlamentar. Salvo uma surpresa da lavajato (que continuará sendo uma sombra sobre o governo), a reforma deve ser positiva para a avaliação de riscos e a sustentabilidade da economia brasileira. Em paralelo a isso, temos uma série de reformas microeconômicas que o ministério da Fazenda e o Banco Central começaram a adotar e devem começar a ter efeito no médio prazo (leia-se a partir de 2018). Por fim, é possível que a gente dê o pontapé inicial à nova fase de concessões. O governo planejou leilões em diversos setores como aeroportos, rodovias, ferrovias, portos, energia, mineração e usinas hidrelétricas. O Rio Grande do Sul, em particular, está bem posicionado, com projetos em andamento para o aeroporto, as rodovias BR101/116/290/386 e a companhia de mineração em Candiota.
Desta forma, podemos esperar uma economia brasileira ainda patinando, com crescimento próximo a zero, e com chances de termos uma nova contração. O desemprego deve permanecer em alta até o final do segundo trimestre, superando a marca dos 13%. Mas, como mencionei acima, é um ano de ajustes e, se tudo der certo, podemos esperar um bom 2018.
No Estado, 2017 também não será um ano fácil, será um ano de ajustes nas finanças do Estado, mas com otimismo em alguns setores importantes para a região. Como aconteceram inúmeras vezes, a ponta de esperança para o crescimento do ano que vem no RS será o setor agropecuário. O cenário internacional indica boa rentabilidade para nichos de mercado importantes, como soja, milho, arroz, frango, suíno, leite, dentre outros. Por isso, esperamos um crescimento de 3% para a agropecuária. A importância deste não se resume à rentabilidade do produtor de soja, de arroz ou milho. Existem muitos polos industriais e do setor terciário que dependem do sucesso do setor primário. Setores como de caminhões que, por exemplo, transporta os produtos agrícolas para os portos, ou as empresas que produzem instrumentos de metal para o setor agrícola, devem começar a apresentar números melhores. Mas, para a indústria agregada ainda temos um crescimento de apenas 0,5%. E diversas cidades possuem um comércio bastante voltado à prática do campo. E esses também podem r favorecidos por essa bom desempenho do agro. Mas, por depender da dinâmica do mercado de trabalho, ainda esperamos que os serviços fiquem estagnados.
Portanto, 2017 será o ano em que se pode olhar para o copo meio cheio, ou meio vazio. Pode-se desanimar, dizendo que passaremos mais um ano sem crescer. Ou podemos entender que o buraco que enfiaram a economia brasileira é profundo demais e, portanto, o tempo de saída dele é mais prolongado. O copo meio cheio é você observar que as reformas estão sendo feitas e que isso nos dará base para um crescimento mais positivo no próximo mandato presidencial, de 2018 em diante.
FONTE: Assessoria econômica Federasul
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