Com o objetivo de oportunizar um diálogo sobre as principais demandas e dificuldades da classe empresarial a partir das restrições ao comércio impostas pela bandeira preta, a Associação Empresarial de Frederico Westphalen ACI/CDL realizou uma reunião aberta on-line entre os seus associados, com a participação de autoridades locais. O encontro foi realizado na manhã da última segunda-feira, 08, através de videoconferência, e contou com a participação de mais de 90 pessoas, dentre eles a diretoria da AE/FW, o Prefeito de Frederico Westphalen, José Alberto Panosso, o Promotor de Justiça, João Pedro Togni, o Assessor Jurídico da Prefeitura, Jonathan Carvalho, e o Secretário Municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Alessandro Molossi.

A reunião iniciou com a apresentação das ações realizadas pela Associação ao longo dos últimos dias para sensibilizar e pressionar os governantes para a adaptação das medidas restritivas. A partir dos decretos emitidos pelo Governo do Rio Grande do Sul, diversos ofícios foram encaminhados em conjunto com demais entidades empresariais e as federações às quais a AE é filiada, que pressionam o Governador para reavaliar as medidas permitindo a cogestão alinhada com a realidade do comércio no interior, como é o caso de Frederico Westphalen.

O encontro seguiu com a fala de representantes de diferentes segmentos do município que se inscreveram para a fala. Manifestaram-se o setor de eventos, representado pelo empresário Diacir Roque Vignatti; o setor de restaurantes e lanchonetes, representado pelos empresários Edner Baumhardt e Sandra Mara Bortolossi; o setor de papelaria, representado pela empresária Magda Brizola Martins; e o setor de confecções, representado pela empresária Edivane Piton Perlin. Cada uma das manifestações alertou para a possibilidade iminente de fechamento dos estabelecimentos e incoerência entre as medidas definidas pelo Governo do RS e a realidade dos municípios do interior, como é o caso de FW. Segundo os empresários, o comércio não é o responsável pelo aumento das contaminações, visto que cumpre todos os protocolos sanitários e de prevenção, que seriam mantidos rigorosamente. Além disso, os empresários cobraram maior apoio do poder público na criação de alternativas e projetos de amparo às empresas.

O prefeito José Alberto Panosso acolheu as manifestações e se solidarizou com os pedidos, compartilhando que compreende a situação por vezes relatada diretamente a ele, mas destacou que frente ao decreto estadual o poder executivo municipal fica incapacitado de alterar as medidas. Panosso comentou, também, que está buscando junto à Famurs maior pressão ao Governador para a liberação da cogestão, o que possibilita que cada município adapte as medidas conforme a sua realidade.

O Promotor de Justiça João Pedro Togni também acolheu as manifestações e destacou que o Ministério Público está atento às especificidades dos municípios do interior que diferem da realidade da capital e, portanto, merecem ser ajustadas. Togni reforçou o apoio do MP frente à fiscalização dos cumprimentos das medidas e declarou estar sensível também como cidadão a estas questões.

Ao final do encontro, o grupo decidiu escrever uma carta conjunta da comunidade frederiquense, unindo as manifestações dos empresários e também do poder público, e encaminhar ao Governador Eduardo Leite, pedindo um olhar mais sensível à realidade do interior e o retorno da cogestão, permitindo a retomada das atividades econômicas em todo o setor produtivo de FW e região.